No discurso de abertura no 22.º Congresso do PCP, que decorre em Almada, o secretário-geral do PCP criticou o Orçamento do Estado para 2025 e as “cumplicidades” do PS com a política do Governo. “Não surpreende que PSD e CDS, com Chega e Iniciativa Liberal (IL), assumam por inteiro os interesses dos que se acham donos disto tudo. Ainda que, sem surpresa, não se pode deixar de registar a opção do PS que, por maiores que sejam agora as suas proclamações, não conseguem disfarçar, nem muito menos apagar, as cumplicidades com as medidas aprovadas”, disse.
Paulo Raimundo defendeu ainda que “a evolução do país nos tempos mais próximos dependerá do desfecho do confronto entre os que querem concluir o processo contrarrevolucionário e as forças que, ancoradas em Abril e na Constituição, lhes fazem frente e resistem”.
“Um embate e um confronto que não se compadece nem admite que se fique em cima do muro. Que se fale de esquerda e se apoie a política de direita, que se fale nos direitos dos trabalhadores e se entregue de mão beijada benefícios para o grande capital, que se fale do superior interesse nacional, para a seguir se entregue mais uma empresa ao estrangeiro, mais uma parcela de soberania”, afirmou, referindo-se ao Partido Socialista.
A ofensiva anticomunista e desinformação global
O líder do partido comunista disse ainda no seu discurso que em curso uma “ofensiva anticomunista” e uma “campanha de desinformação à escala global”, criticando duramente organizações como a NATO e a União Europeia no seu papel no “genocídio” de Israel contra os palestinianos. “Intensificam-se à escala global os mecanismos de condicionamento e controlo ideológico ancorados em gigantescos grupos económicos que controlam os meios de comunicação e as redes digitais e procuram impor o pensamento único e iludir a natureza do capitalismo”, referiu esta manhã.
“Querem reescrever a história, incluindo a história da revolução portuguesa, querem promover o anticomunismo, o racismo, o ódio e conceções reacionárias e fascizantes, a quem dão cada vez mais espaço e projeção. Estes são tempos de desinformação, de notícias falsas e mentiras, de manipulação e censura promovidas à escala global. Ignorar esta ofensiva, seria não apenas ingénuo, mas perigoso para a luta que travamos”, avisou.