Questionado se o anunciado voto contra do Chega à proposta do Governo para o Orçamento de Estado do próximo ano é irrevogável, o líder do partido é irrevogável: “Com o entendimento entre o Governo e o PS? Eu diria que sim, é irrevogável”.
“Se o Governo nos disser assim ‘esta reunião serve única e exclusivamente para negociar a viabilização do orçamento de Estado’, então o Chega não vai estar presente. Agora, se o Governo nos disser, como nos disse, que vai apresentar novos dados para compreendermos o cenário macroeconómico, para podermos tomar decisões sobre o cenário macroeconómico, isso certamente que estaremos”, esclareceu André Ventura, em declarações aos jornalistas antes do arranque das jornadas parlamentares do partido, em Castelo Branco.
O Chega tinha, inicialmente, recusado participar no encontro marcado para amanhã, mas, apesar da presença, Ventura faz questão de sublinhar que o partido está fora das negociações
“O Chega não vai deixar de apresentar propostas por estar, teoricamente, fora destas negociações. Eu gostava que o primeiro-ministro e o PSD entendessem que não é por nós nos colocarmos, por decisão própria do Governo, fora do documento, que nós não vamos participar neste debate orçamental. Nós vamos participar neste debate orçamental, nós queremos participar neste debate orçamental”, acrescentou.
“Nós dissemos o que é que queríamos fazer e desafiámos o Governo para isso, o Governo decidiu caminhar ao lado do PS, com medidas do PS, e ainda agora ouvimos Luís Montenegro dizer que está disponível para mudar o IRS jovem e o IRC de acordo com o que quer o PS. […] Eu diria que seria muito, muito difícil não ser irrevogável”, afirmou.
Ventura acrescentou que o Chega quer “a estabilidade para o País, mas não tem medo de eleições” e “está pronto para avançar”, disse.