Joaquim Miranda Sarmento sentou-se à frente de Alexandra Leitão. Mesmo sem Luís Montenegro, que por ter ficado doente não estava presente, o ministro das Finanças tinha ao seu lado um friso de peso: o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, e, numa ponta da mesa Pedro Perestrello Pinto, o chefe de gabinete do primeiro-ministro. A líder parlamentar socialista levou consigo aqueles que têm sido os seus braços-direitos em matéria orçamental, António Mendonça Mendes e Marina Gonçalves. A conversa, porém, pouco passou de circunstancial. Quem esteve na mesa diz à VISÃO que nem o Governo nem o PS abriram muito o jogo. Não se falou de linhas vermelhas nem de possibilidades negociais, e nem sequer se desenhou uma metodologia negocial.
A cena repetiu-se com todos os partidos, mas, neste caso, nem todos são iguais: apenas PS e Chega têm na mão a possibilidade de aprovar o Orçamento do Estado (OE), e o Governo já deu sinais de que negoceia com ambos, sem privilegiar nenhum dos dois, mesmo sabendo que do PS conseguirá no máximo uma abstenção e que precisa do voto a favor do partido de André Ventura. “Há muitas geometrias possíveis para aprovar o OE”, sublinhava Leitão Amaro, no Expresso da Meia-Noite, na SIC Notícias, afastando a ideia de que a negociação se faz só ou preferencialmente com os socialistas.