Uma semana de completar dez meses à frente dos destinos da capital, Carlos Moedas parece ir ao encontro das previsões de Rui Rio, em setembro de 2021, na noite em que o ex-comissário europeu derrotou Fernando Medina: não seriam tempos fáceis os que se sucederiam a 14 anos de poder socialista na Câmara Municipal de Lisboa (CML). Na verdade, Rio acertou na muche quanto ao cenário com que Moedas deveria contar. Aquilo que, aqui ou acolá, parecia não passar de um vento fraco no início do mandato transformou-se, agora, num furacão de acontecimentos, do qual o presidente da CML parece ter certas dificuldades em se desenvencilhar.
Desde posicionamentos políticos mal explicados, como o apoio à edificação de uma estátua de homenagem ao antigo primeiro-ministro Vasco Gonçalves, até à necessidade de resolução de conflitos entre alguns egos social-democratas na capital, passando por problemas na gestão, como a enorme quantidade de lixo nas ruas da cidade, o autarca da capital chegou a este verão a calcorrear um caminho de pedras.