A relação entre os dois não era pacífica. Fosse uma questão de personalidade ou a forma de lidar com os assuntos que os juntava, no número 2 da Av. Professor Gomes Teixeira, há muito se suspeitava que a vida comum de Maria Manuel Leitão Marques e Miguel Prata Roque haveria de acabar.
Havia sinais sobre quem sairia de casa: ao contrário da ministra da Presidência, o secretário de Estado não tinha assento nas reuniões de coordenação política com o primeiro-ministro e, na dinâmica da produção legislativa, eram mais os “extra-agenda” do que as entregas de diplomas a tempo de serem analisados pela sua equipa. Por isso, Prata Roque pedira para sair, alegando “razões pessoais”. Fá-lo agora, à boleia dos três secretários de Estado envolvidos no Galpgate.
Assim começa o texto publicado esta quinta feira (mas fechado na terça) sobre a remodelação governamental em curso.
Miguel Prata Roque regressa à Faculdade de Direito de Lisboa (FDL) e será substituído por Tiago Antunes, também ele docente da FDL, com passado de adjunto e chefe de gabinete nomeadamente de José Almeida Ribeiro, secretário de Estado-adjunto do primeiro ministro José Sócrates. Atualmente, Tiago Antunes faz parte da equipa de Pedro Silva Pereira, no Parlamento Europeu.
Independente, fez parte da direção do Gabinete de Estudos do PS que “desenhou” o programa do atual governo. Desse grupo faziam parte Mariana Vieira da Silva (atual secretária de Estado adjunta de António Costa), Luís Goes Pinheiro (ex-chefe de gabinete de Miguel Prata Roque na Presidência do Conselho de Ministros) ou o economista e deputado socialista Eurico Brilhante Dias.