O seu nome não podia ser mais apropriado à situação: Leal Coelho, seu nome de solteira (não usa o nome do marido, Ribeiro de Menezes) mostra bem como Teresa, vice presidente do PSD, é mesmo leal a (Passos) Coelho, ao aceitar (como a SIC avançou e a TSF confirmou) ser a candidata do PSD à Câmara de Lisboa.
Não é possível saber ao certo quantos convites terão feito os sociais-democratas, antes de recorrer a Teresa Leal Coelho. Na praça pública, circularam com maior insistência os nomes de Pedro Santana Lopes (em que Passos Coelho terá apostado todas as fichas), Nuno Morais Sarmento, Teresa Morais, Luís Marques Mendes, Maria Luís Albuquerque, José Eduardo Moniz, Carlos Barbosa, José Eduardo Martins ou Marina Ferreira.
Agora, à beira do fim do prazo estabelecido pelo PSD para apresentação dos candidatos (fim de março), quem surge a protagonizar a candidatura é Teresa Leal Coelho. Ontem, na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), Pedro Passos Coelho confirmou já estar escolhido o nome para Lisboa. Sem referir nomes, o líder dos sociais-democratas disse considerá-lo “uma boa escolha e que permitirá ao PSD ter uma afirmação em Lisboa de acordo com aquilo que é a nossa tradição, ter um projeto para a capital e poder mobilizar as pessoas, não apenas para uma campanha, mas para um mandato que nós gostaríamos que fosse muito diferente daquele que tem existido até aqui”. O nome do/a candidato/a será anunciado domingo, pelo líder distrital, Miguel Pinto Luz.
Teresa Leal Coelho, a faltosa
Casada com o diplomata Francisco Ribeiro de Menezes (o embaixador de Portugal em Madrid que foi chefe de gabinete de Luís Amado, no MNE, e logo a seguir de Passos Coelho, em S. Bento), Teresa Leal Coelho é jurista (constitucionalista, com caminho feito num doutoramento em jurídico-políticas) de formação. De cartão (de militante) passado desde 2005, segundo o Público, chegou rapidamente a vice-presidente do PSD de Passos Coelho, o líder que, pelo meio, a convidou para deputada (foi eleita, pela primeira vez, em 2011). No Parlamento, foi vice-presidente da bancada (que abandonou a seu pedido) e é presidente da comissão parlamentar de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa. Em 2013, nas últimas autárquicas, entrou, como número dois, na lista do PSD/CDS/MPT à Câmara de Lisboa, encabeçada por Fernando Seara (ex-autarca de Sintra). Tem, desde então, sido vereadora sem pasta.
Como publicado na última edição da VISÃO, Teresa Leal Coelho pediu, no ano passado, que as reuniões entre vereadores passassem de quarta para quinta feira. Sendo quarta um dia de grande atividade parlamentar, a mudança permitir-lhe-ia ser mais assídua. A equipa acedeu e, em setembro, as reuniões “privadas” passaram a decorrer às quintas (as “públicas”, abertas, manter-se-iam às quartas – a última quarta de cada mês). Desde a alteração, tiveram lugar 27 reuniões (públicas e privadas). Em quantas participou Teresa Leal Coelho? Em menos de um quinto. Feitas as contas, marcou presença em apenas cinco.
Nas últimas autárquicas, o PS (com uma lista encabeçada por António Costa) alcançou 50,9% dos votos dos lisboetas e elegeu 11 dos 17 vereadores. A coligação PSD/CDS/MPT elegeu quatro (com 22,3% dos votos) e a CDU (com 9,8% dos votos), dois.
Da equipa de vereação saem pelo menos três candidatos às próximas eleições autárquicas: Fernando Medina (o atual presidente, que deverá em breve ser apresentado como o candidato do PS), João Ferreira (pela CDU) e, caso se confirme, Teresa Leal Coelho (pelo PSD). Pelo CDS, concorre a líder do partido, Assunção Cristas, e pelo Bloco de Esquerda, Ricardo Robles.