Ainda é o representante português no Conselho da Europa, o organismo sedeado em Estrasburgo que zela pela defesa dos Direitos Humanos e que alberga o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. E na capital da Alsácia francesa ainda se cruzará com Marcelo Rebelo de Sousa, que visita o Parlamento Europeu e o Conselho da Europa a 12 e 13 de abril. No dia seguinte, Luís Filipe Castro Mendes, 66 anos, deverá assumir o cargo de ministro da Cultura de António Costa, em substituição de João Soares, que se demitiu na sexta-feira, 8. Miguel Honrado, atualmente presidente do Conselho de Administração do Teatro Nacional D. Maria II, será o novo secretário de Estado da Cultura.
Castro Mendes tem uma carreira na diplomacia há mais de 40 anos. Passou por postos chave, como Luanda, Madrid, Paris, Rio de Janeiro e a UNESCO. Trabalhou com Melo Antunes em 1975, foi adjunto de Ramalho Eanes em 1983 e desempenhou o cargo de chefe de gabinete do secretário de estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, José Lamego.
A par da carreira diplomática, Castro Mendes é conhecido como ficcionista e poeta. Com mais de uma dezena de títulos publicados, estreou-se em 1983 com o livro Recados. A Ilha dos Mortos, de 1991, venceu o prémio do PEN Clube do ano seguinte.
Nascido em Idanha-a-Nova em 1950, onde o seu pai cumpria serviço como juiz, Castro Mendes licenciou-se em Direito na Universidade de Lisboa, em 1974. Entrou para a carreira diplomática em 1975 e, embora considerado próximo do Partido Socialista, nunca se inscreveu no partido.
O diplomata substitui João Soares, que apresentou a demissão na sequência da promessa, divulgada no seu facebook, de dar um par de bofetadas a Augusto M. Seabra e Vasco Pulido Valente, colunistas do diário Público que escreveram textos críticos sobre a sua atividade como ministro.