Na entrevista à VISÃO desta quinta-feira, Rui Moreira lamenta que a sua cidade só seja lembrada para ‘pagar faturas e fazer sacrifícios’ e não poupa “uma certa intelligentsia lisboeta constituída por parolos da província que acampam na capital e que, para mostrarem serviço, têm de parecer mais centralistas”.
A entrevista – ocorrida antes da audiência com o primeiro-ministro, agendada para esta quarta-feira – aterrou grande parte no tema TAP, mas levantou voo para explicar a relação do Porto com o centralismo. Uma conversa em voo picado. Ou não estivesse Rui Moreira cansado de uma certa mentalidade “colonial”.
Eis alguns excertos:
– “Bairristas são aqueles que pensam que só há interesse público no sítio onde vivem – e onde, às vezes, nem sequer nasceram – e que o resto do País é uma colónia.”
– “Se a TAP for privada, só posso dizer aos acionistas que é um mau negócio, que estão a gerir mal a empresa e procurarei causar o maior dano possível para que a TAP mude de opinião. Mas não sei se é portuguesa, se é privada, não sabemos o que é. O Governo tem de explicar.”
– “Estamos a voltar aos grandes investimentos estratégicos, mas sempre numa versão de bilhar inclinado e em direção a um buraco.”
– “Se os acionistas privados querem manter o que estão a fazer à TAP, o melhor é nem virem ao “Sá Carneiro” (…) Acabem, vão-se embora, deixem o lugar aos outros.”
– “O dano criado na reputação da TAP é enorme. Espero que a TAP não abandone o Porto, mas o Porto já está abandonar a TAP a uma velocidade muito grande.”