Difamação, injúrias e abuso de liberdade de imprensa. São estas as três acusações que levam Alberto João Jardim a sentar-se na sala de audiências do Palácio da Justiça do Funchal, nesta quarta-feira, dia 17, como arguido. Concretamente, Jardim chamou “ordinarote”, “homenzinho” e “tira-casacas” ao historiador António Egídio Fernandes Loja, que por acaso também é militante do PS. Tudo aconteceu há mais de 20 anos.
Não foi na praça pública ou aos gritos que Alberto João Jardim criticou António Loja. Mas o resultado foi o mesmo. O então presidente do Governo Regional da Madeira dedicou dois artigos de opinião, no Jornal da Madeira, ao historiador, utilizando expressões que Loja considerou ofensivas do seu bom nome e da sua honra.
“Ordinarote”, “o homenzinho é mesmo tira-casaca”, “ao ler isto, caem-lhe mais três dentes, dois de raiva e um de senilidade”, “era marxista há menos de oito dias, agora é só interpretação histórica”; “tão pirado que não vê as próprias grosserias e descobre-as nos outros”; são algumas das frases que, 20 anos depois, levam Jardim ao banco dos réus.
Os artigos, com o título “A loja dos rancores”, foram publicados a 23 e 26 de novembro de 1994. Até o pedido de indemnização de António Egídio Fernandes Loja ainda estava em escudos: 600 contos (qualquer coisa como 3.000 euros).