O ex-diretor de informação da RTP Nuno Santos considerou esta quarta-feira ter sido vítima de um “saneamento político” no caso das imagens não editadas e não emitidas da manifestação de 14 de novembro visionadas pela PSP.
“Esta dimensão política deste acontecimento não occorre numa fase qualquer. Ocorre num momento muito delicado da RTP, ocorre numa fase de privatização da RTP, que será levada a Conselho de Ministros até ao final do ano”, acrescentou Nuno Santos.
O ex-diretor de Informação da RTP falava na comissão parlamentar para a Ética, a Cidadania e Comunicação, no âmbito de um requerimento do Bloco de Esquerda, sobre o caso do visionamento das imagens não emitidas dos incidentes da manifestação de 14 de novembro pela PSP.
Nuno Santos revelou a existência de um mecanismo interno na estação pública que, “sob a capa de controlo de custos”, impede a realização de jornalismo “independente” na RTP.
Nuno Santos revelou que o conselho de administração da RTP fez sair uma ordem de serviço interna no passado dia 6 de novembro, “em que o conselho de administração, sob a capa de controlo de custos”, obriga todos os responsáveis por cargos de direção na empresa a obter da administração uma autorização para a aquisição de conteúdos, sob pena de qualquer despesa não autorizada ser passível de procedimento disciplinar.