Esta terça-feira, as autoridades ucranianas acusaram as tropas russas de fazerem explodir a barragem da central hidroelétrica de Kakhovka, na região de Kherson, uma estrutura fundamental no sul da Ucrânia que fornece água à Crimeia, península anexada pela Rússia em 2014.
Considerada no início da invasão como um alvo prioritário para os russos, esta barragem hidroelétrica no rio Dniepre está agora na linha da frente entre as regiões controladas por Moscovo e o resto da Ucrânia.
Há, neste momento, várias pessoas desaparecidas.
Até esta quarta-feira de manhã, de acordo com as autoridades ucranianas, cerca de 900 pessoas tinham sido retiradas da região de Kakhovka, incluindo 17 que foram resgatadas de telhados, já que a água atingiu 12 metros de altura.
As autoridades preveem que o nível da água comece a baixar dentro de três dias, tendo já retirado mais de 17 mil pessoas das áreas afetadas.
Em Genebra, a agência humanitária da ONU alertou que a destruição da barragem pode causar um desastre ambiental e “ter um impacto severo em centenas de milhares de pessoas em ambos os lados da linha de frente”.
Na terça-feira, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, indicou que já são evidentes as graves consequências da catástrofe para milhares de pessoas.
“A destruição da barragem é possivelmente o incidente mais significativo de danos à infraestrutura civil desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022”, avaliou.