Um dos rostos do ataque da passada quarta-feira à maternidade de Mariupol, morreu, assim como o seu filho. No dia do ataque, a mulher ferida queixava-se do abdómen inferior esquerdo ensanguentado, enquanto os socorristas a carregavam pelos escombros, com o rosto pálido refletindo seu choque com o que acabara de acontecer.
Quando chegou ao hospital mais próximo, onde os médicos tentaram salvar as duas vidas, a ucraniana percebeu que o seu filho estava morto. “Matem-me agora”, gritou na altura. O bebé nasceu de cesariana e já “não mostrava sinais de vida”, conta Timur Marin, cirurgião responsável.
Os médicos no local tentaram salvar a mãe, mas não foi suficiente e mesmo depois “mais de 30 minutos de reanimação” a mulher não resistiu ao ataque e ao desgosto. “Ambos morreram”, lamentou Marin.
Esta foi uma das pelo menos três mulheres grávidas fotografadas a fugir da maternidade que foi bombardeada na quarta-feira na cidade ucraniana de Mariupol. As outras duas sobreviveram, assim como as suas filhas recém-nascidas, adianta a Associated Press.
Marianna Podgurskaya é uma delas, ao mesmo tempo que serviu também de arma na guerra de propagada: a embaixada da Rússia no Reino Unido acusou, no Twitter, a Ucrânia de ter encenado as fotos dos momentos que se seguiram ao ataque à maternidade. Na publicação, entretanto apagada pela rede social por violação das regras do Twitter, a embaixada alegava que os ucranianos tinham utilizado a influencer de moda, maquilhada de forma “muito realista”, para aparecer nas imagens.
O ataque russo a esta maternidade em Mariupol provocou, pelo menos, 17 feridos e três mortos. A notícia do ataque àquele local foi avançada pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mais tarde confirmado pela Câmara Municipal de Mariupol, que acrescentou: “A destruição é colossal”.