As 16h00 locais de quarta-feira eram o prazo final estabelecido pelo Departamento de Defesa para os jornalistas assinarem as novas regras ou perderem a sua acreditação. A essa hora, cerca de 40 a 50 jornalistas entregaram os seus cartões de acesso e saíram juntos do Pentágono.
Relata a agência Lusa que, à medida que a hora se aproximava, caixas de documentos alinhavam-se num corredor do Pentágono e repórteres transportavam cadeiras, uma fotocopiadora, livros e fotografias antigas para o parque de estacionamento, vindos dos locais de trabalho abandonados.
Os órgãos de comunicação social foram quase unânimes em rejeitar as regras impostas pelo secretário da defesa dos EUA, Pete Hegseth. As novas normas implicam a expulsão dos jornalistas que tentem reportar informações, confidenciais ou não, sem a sua aprovação.
O documento do Pentágono introduz especificamente a ideia de que os jornalistas acreditados não podem solicitar nem publicar certas informações sem autorização explícita do Ministério da Defesa.
Uma repórter da revista The Atlantic, Nancy Youssef, que trabalha no Pentágono desde 2007, disse que “concordar em não solicitar informação é concordar em não ser jornalista”, sendo esta uma das repórteres que abandonou o edifício.
A Associação de Imprensa do Pentágono, que conta com 101 membros que representam 56 órgãos de comunicação social, manifestou-se contra as regras.
As novas medidas fazem parte de uma ofensiva mais ampla, conduzida desde o regresso ao poder do Presidente dos EUA, Donald Trump, em 2024, restringindo o acesso dos jornalistas ao Pentágono.
Em declarações aos jornalistas na Casa Branca, na terça-feira, Trump apoiou as novas regras do secretário da Defesa, destacando que Hegseth classificou a imprensa como “desonesta” e “muito prejudicial para a paz mundial. Para Trump, as novas regras para os meios de comunicação no Pentágono são “bom senso”.