O presidente do Partido Democrático (PD) em Timor-Leste disse hoje à Lusa que, após os resultados das legislativas, pode pensar numa coligação com o vencedor, mas que o partido está pronto “para servir”.
Questionado sobre se o PD estaria disponível para uma coligação pós-eleitoral com a Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) ou com o Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), Mariano Assanami Sabino disse que a decisão ainda está nas mãos dos eleitores.
“Depende. Porque a decisão é do povo. Quando o povo decidir, depois, amanhã, pode discutir-se [isso]”, mas o PD está “pronto a servir”, sublinhou.
O líder do PD defendeu ainda que Timor-Leste, enquanto nação democrática, “não precisa de [uma maioria] absoluta”, mas sim de programas sólidos, de visão e ação, para responder aos grandes problemas: “libertar o povo da fome” e assegurar “água e saneamento”.
Mariano Sabino votou numa escola enfiada numa rua estreita, de terra batida e esburacada, no Bairro Pité, em Díli, uma das zonas da capital cuja população cresceu significativamente nos últimos anos.
São 17 os partidos que disputam as eleições de hoje em Timor-Leste, cuja contagem pode demorar vários dias. Mais de 890 mil eleitores estão registados para a votação, na qual vão ser escolhidos os 65 deputados do Parlamento Nacional.
Oito dos partidos têm assento parlamentar e um faz a sua estreia, sendo que para eleger deputados as forças políticas têm de obter mais de 4% dos votos válidos.
A jornada eleitoral decorre até às 15:00 (07:00 em Lisboa), com o maior número de sempre de eleitores no país e na diáspora, e o maior número de centros de votação.
Milhares de observadores de Timor-Leste e de vários países e centenas de jornalistas estão acreditados para acompanhar a votação.
Timor-Leste, uma ex-colónia portuguesa até 1975, mas invadida e anexada no mesmo ano pela Indonésia, tornou-se no mais jovem Estado soberano do século XXI, a 20 de maio de 2002, dia em que o país assinala a restauração da independência.
Timor-Leste é um dos países mais pobres do mundo, com 42% dos cerca de 1,3 milhões de habitantes a viverem abaixo da linha de pobreza, com carências de serviços básicos, de acordo com as Nações Unidas.
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