“Infelizmente, os espasmos afetam todos os aspetos da minha vida diária”, disse Céline Dion ao anunciar a doença, esta quinta-feira, 8 de dezembro, nas redes sociais. “Por vezes, dificultam a minha locomoção e não me permitem utilizar as minhas cordas vocais como estou habituada”.
Estes são alguns exemplos de como o Síndrome da Pessoa Rígida pode afetar o dia-a-dia dos diagnosticados. Mas o que é exatamente esta doença e como se manifesta?
O síndrome da pessoa rígida (SPS) – também conhecido como síndrome de Moersch-Woltmann – é um distúrbio neurológico raro, caracterizado por rigidez muscular progressiva e episódios repetidos de espasmos musculares dolorosos, segundo o Banco de Dados de Doenças Raras.
A rigidez muscular geralmente flutua (ou seja, piora e depois melhora) e é, normalmente, acompanhada por espasmos musculares. Os espasmos podem ocorrer aleatoriamente ou ser desencadeados por uma variedade de eventos diferentes. No caso de Céline Dion, além dos efeitos mencionados, a condição impede a intérprete de utilizar as cordas vocais.
Se não for tratada, a SPS pode potencialmente progredir e causar dificuldade para caminhar e afetar significativamente a capacidade de uma pessoa de realizar tarefas diárias.
Estima-se que aproximadamente 1 num milhão de indivíduos da população em geral tenha esta doença. O SPS ataca sobretudo o sexo feminino e, por normal, começa a manifestar-se entre 30-60 anos de idade.
A gravidade e a progressão da SPS variam de uma pessoa para outra. Embora seja incurável, a doença e os seus efeitos podem ser travados com medicamentos e terapia.
A nova digressão de Céline Dion, que arrancaria na Europa no próximo ano, foi adiada. “Tenho de me concentrar na minha saúde, e alimento a esperança de recuperar. Vou fazer tudo o que puder”, acrescentou, no vídeo publicado.
Esta já não é a primeira vez que a artista menciona esta condição: Dion revelou alguns dos seus sintomas em outubro de 2021, quando a doença a obrigou adiar a digressão norte-americana pela primeira vez devido a espasmos musculares persistentes.
“Tenho uma grande equipa de médicos a trabalharem comigo para me ajudarem a melhorar e os meus filhos preciosos que me apoiam e me dão esperança”, continua, acrescentando: “Tenho de admitir que tem sido uma luta.”