Selamawit Kasa, porta-voz do Serviço Federal de Comunicações, afirmou que o acordo com a TPLF permitiu a implementação de trabalhos de “apoio humanitário” e “reconstrução” na região de Tigray, localizada no norte do país africano.
A porta-voz afirmou que nos últimos dias foram abertas várias rotas para a passagem de ajuda humanitária, incluindo as que ligam Shire e Gondar e a que liga Woldia e Alamata, sendo que a mesma versão foi noticiada pelo canal de televisão etíope Fana.
Ao todo foram contabilizadas 108.000 pessoas que receberam ajuda alimentar, pelo que mais de 16 toneladas de trigo foram distribuídas às vítimas do conflito, segundo Kasa, enquanto ocorriam contactos para tentar chegar a um acordo final de paz.
Os contactos começaram na segunda-feira na capital queniana, Nairobi, entre oficiais superiores do Exército e a TPLF para abordar o cessar-fogo acordado na semana passada, de acordo com a União Africana (UA), que está a mediar os trabalhos.
A guerra começou em 04 de novembro de 2020, quando o primeiro-ministro etíope, Ahmed Abiy, ordenou uma ofensiva contra a então governante TPLF em resposta a um ataque a uma base militar federal e a uma escalada das tensões políticas, incluindo a recusa da TPLF em reconhecer o adiamento das eleições e a sua decisão de realizar eleições regionais fora de Adis Abeba.
A TPLF acusa Ahmed de alimentar tensões desde que chegou ao poder em abril de 2018, quando se tornou o primeiro oromo a tomar posse.
Até então, a TPLF tinha sido a força dominante no seio da coligação governante da Etiópia desde 1991, a Frente Democrática Revolucionária Popular Etíope, de base étnica.
O grupo opôs-se às reformas de Abiy Ahmed, que considerou como uma tentativa de minar a sua influência.
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