“Se houver atrasos na adesão, vou à China ver o meu amigo [Presidente chinês] Xi Jinping e congelo o processo de entrada na ASEAN, porque há vida para além da ASEAN”, disse José Ramos-Horta, perante uma plateia de empresários que o ouviam durante um encontro na sede da Associação Industrial Portuguesa (AIP), que decorreu esta manhã em Lisboa.
As declarações de Ramos-Horta surgem apesar de haver um consenso na adesão de Timor-Leste a esta entidade económica regional que engloba dez países asiáticos, e de o Presidente estar convicto da adesão, se não no próximo ano, no máximo até 2025.
“Houve trabalhos intensos nos últimos três a cinco anos, completaram a última avaliação em junho e julho e foi totalmente favorável” à adesão de Timor-Leste, disse Ramos-Horta, explicando que o cenário ideal passava pela entrada já em janeiro do próximo ano.
“O cenário ideal era anunciarem o convite agora, e depois a cerimónia oficial ser quando a Indonésia assume a presidência, em janeiro de 2023”, acrescentou o chefe de Estado, que recentemente tinha dito que “é mais fácil entrar no céu do que na ASEAN”.
No encontro com os empresários portugueses, Ramos-Horta salientou algumas das áreas preferenciais em que o país está disposto a acolher investimento estrangeiro, como a indústria farmacêutica, têxtil, médica e de saúde, conservas e calçado, para além dos serviços financeiros que devem estar concentrados no BNU-Timor, a filial do grupo Caixa Geral de Depósitos.
“É do nosso interesse que Portugal e a União Europeia estejam em Timor-Leste, e eu fiquei muito contente com empresas espanholas terem ganhado a concessão de estradas e outros projetos, para não ficarmos demasiado dependentes de um só país”, salientou.
O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, iniciou na segunda-feira uma visita oficial a Portugal, cumprindo a tradição de Portugal ser o primeiro país visitado por cada novo Presidente timorense.
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