As autoridades australianas anunciaram hoje a suspensão da licença do casino operado pela Star Entertainment na cidade de Sydney, em resposta a uma investigação que revelou supostas ligações ao crime organizado.
A Comissão Independente de Casinos do estado de Nova Gales do Sul (NICC, sigla em inglês) vai também impor uma multa de 100 milhões de dólares australianos (63,8 milhões de euros) à empresa.
Numa conferência de imprensa, o comissário da NICC, Philip Crawford, explicou que as autoridades nomearam um gestor a partir de sexta-feira, data em que a suspensão entra em vigor, para que o casino continue aberto e mantenha os postos de trabalho.
Crawford sublinhou que os reguladores da Austrália “consistentemente” se têm recusado a cancelar as licenças dos principais operadores de casinos do país, a fim de evitar despedimentos em massa.
Segundo a investigação, o casino da Star Entertainment supostamente ocultou 900 milhões de dólares australianos (575 milhões de euros) como gastos de hóspedes que usavam cartões de crédito chineses, bem como ligações com um suposto mafioso asiático.
Em setembro, foi divulgado o relatório de uma investigação, ordenada pela NICC, a alegações de suposta lavagem de dinheiro e operações fraudulentas no casino, bem como supostas ligações com o crime organizado.
O relatório — que encontrou sérios problemas de transparência e gestão — segue-se à descoberta em 2021 de uma série de violações éticas e legais nas operações de casinos na cidade de Melbourne.
Em fevereiro de 2021, a Crown Resorts, que operava casinos em Melbourne e Perth, anunciou que lhe foi negada uma licença pelas autoridades para abrir um enorme casino em Sydney devido a alegadas ligações ao crime organizado.
A Autoridade Independente do Álcool e Jogo de Nova Gales do Sul agiu com base nas recomendações de um inquérito público que concluiu que a Crown Resorts tinha “facilitado” operações de branqueamento de dinheiro ligadas às Tríades chinesas e outros grupos de crime organizado.
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