A fraca divulgação de cursos universitários em Portugal e das facilidades de acesso, tem impedido os luso-venezuelanos de continuarem a formação em universidades portuguesas, disse hoje o coordenador do ensino de Português na Venezuela.
“As pessoas ainda desconhecem certos benefícios e ajudas que o Estado português dá, por exemplo, aos filhos e netos de imigrantes portugueses nascidos na Venezuela, que podem entrar no contingente de emigração numa universidade portuguesa”, disse Rainer Sousa.
Sousa falava à Lusa em San Antonio de Los Altos (27 quilómetros a sul da capital, Caracas), durante uma jornada informativa sobre oportunidades para estudar e certificar as habilitações em Portugal, organizada naquela localidade pelo consulado honorário de Portugal.
“As certificações são um assunto muito importante para que as pessoas possam compreender que os esforços que façam para adquirir conhecimentos de língua portuguesa podem ser reconhecimentos em Portugal, através de mecanismos de certificação”, explicou.
Segundo Rainer Sousa, entre esses “mecanismos” estão os promovidos pelo Camões — Instituto de Cooperação e da Língua e pela Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Letras, que tem um protocolo com a Universidade Central da Venezuela.
“Temos certificações para jovens dos oito aos 18 anos e para adultos ou maiores de 18 anos”, frisou.
Rainer Sousa explicou que foi “muito importante” o encontro com a comunidade lusa local e com venezuelanos.
“Há muita informação que nós damos por assentado, que todas as pessoas sabem,” mas “no contacto damos conta que não é assim”, acrescentou.
Por outro lado, segundo o diretor da Associação Venezuelana para o Ensino da Língua Portuguesa, David Pinho, no encontro em que participaram mais de meia centena de pessoas havia muita gente “que não sabia como era a certificação em Portugal”.
“As pessoas não sabiam nada sobre como era a certificação, os cursos (…) Também tivemos a oportunidade de explicar quais os cursos das universidades portuguesas e a documentação requerida”, frisou o professor.
David Pinho explicou ainda que, ao contrário do que acontece em outros estados da Venezuela, em Miranda tem havido, desde há três anos, “uma queda nas atividades da língua portuguesa” por falta de instalações onde dar as aulas.
O Santuário de Fátima em Carrizal, que deverá ser inaugurado a 13 de outubro, vai disponibilizar um espaço para uma escola de português, numa região que se caracteriza por ter um importante número de madeirenses e descendentes.
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