No Rio de Janeiro, depois de a festa ter sido cancelada em 2021, o sambódromo da Sapucaí voltará, na sexta-feira, a ser o palco dos desfiles das principais escolas de samba do país, cujos membros, com as suas fantasias e carros alegóricos, se transformaram numa das imagens mais representativas do Brasil.
O evento, que tradicionalmente acontece entre os meses de fevereiro e março, foi adiado pelas autoridades locais para abril devido à pandemia de covid-19.
Na rede social Twitter, o prefeito de câmara do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, divulgou uma mensagem destacando o regresso dos desfiles.
“Como prefeito do Rio de Janeiro, tenho o maior orgulho de anunciar que o maior espetáculo da terra está de volta (…) Viva o Rio de Janeiro. Viva os ‘cariocas’. Viva a cultura brasileira. Via o Carnaval”, declarou Paes.
Cerca de 75.000 espetadores poderão reunir-se nas arquibancadas do sambódromo, desde que apresentem o certificado de vacinação contra a covid-19.
No Rio de Janeiro, o regresso do Carnaval também é um alívio para o setor de turismo, que espera 85% de ocupação hoteleira neste fim de semana.
O prefeito ‘carioca’ porém, voltou a afirmar que não há blocos autorizados na cidade, acirrando ainda mais a polémica. já que dezenas de grupos que fazem a folia nas ruas têm anunciado que desfilarão com as suas fantasias e instrumentos musicais mesmo contra a vontade das autoridades, que alegaram problemas para organizar a infraestrutura necessária e proibiram os festejos fora do sambódromo e de outros locais privados e fechados.
Em São Paulo, os desfiles das escolas de samba também começam na sexta-feira e, assim como no Rio de Janeiro, prometem levar milhares de pessoas para dentro das arquibancadas e dos camarotes do sambódromo do Anhembi.
As duas cidades anunciaram o adiamento do Carnaval em conjunto e adotaram as mesmas regras para os blocos de rua, portanto, os desfiles nas ruas em São Paulo estão oficialmente proibidos.
No entanto, grupos já anunciaram que sairão à rua mesmo sem autorização e a infraestrutura da prefeitura.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, justificou a proibição dos blocos afirmando que não foi possível planear a festa em menos de um mês.
Várias associações de blocos de rua da capital ‘paulista’ defenderam num manifesto a celebração do Carnaval de rua na maior cidade do Brasil depois de o evento ter sido suspenso em fevereiro passado, pelo segundo ano consecutivo, devido ao aumento de casos de covid-19, mas o prefeito não cedeu.
Salvador, capital do estado brasileiro da Bahia, que não tem os desfiles de escola de samba como ponto alto das suas festas carnavalescas, organizará eventos privados. O maior deles contará com trios elétricos que desfilam numa festa fechada que exigirá bilhetes de entrada, chamada CarnaSal.
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