“Tem de haver uma quota para abate dos crocodilos e temos de localizar com muita brevidade uma empresa para a recolha dos ovos, como forma de reduzirem a população dos répteis”, disse o diretor provincial de desenvolvimento territorial e ambiente de Manica, Rafael Manjate, citado hoje pela Televisão de Moçambique (TVM).
A maior parte dos ataques ocorreu em rios dos distritos de Mossurize, Vanduzi e Machaze, avançou Rafael.
Para o responsável, os crocodilos são uma “ameaça à vida das pessoas”, principalmente das que “vivem ao longo das margens dos rios”.
“O exemplo mais preocupante é o do rio Vanduzi, onde tem muita família de crocodilos, sendo uma prioridade neste momento procurar uma forma de as reduzir”, referiu.
Além dos répteis, a fonte disse haver também invasão e ataques de leões e elefantes, lamentando o facto de a província não ter capacidade técnica para resolver o conflito entre homem e fauna.
“A província por si pode não conseguir, é preciso auxílio a nível central para que possamos resolver esses problemas”, frisou.
Os incidentes com animais selvagens são comuns nas zonas rurais e as margens de rios acarretam um risco acrescido.
Nestes meses, o caudal dos rios sobe e faz com que várias zonas agrícolas e de habitação fiquem inundadas, aumentando os riscos para quem ali vive.
De acordo com os dados oficiais mais recentes, de 2020, um total de 97 moçambicanos morreram e 66 ficaram feridos só em ataques registados (outros não chegam a ser reportados) de animais selvagens, a maioria por crocodilos, segundo a Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC).
Os crocodilos atacam sobretudo nas províncias de Tete e Zambézia e foram responsáveis por 76 óbitos, equivalente a três quartos das mortes.
De acordo com o organismo, os crocodilos mataram mais pessoas em fevereiro, janeiro e dezembro, meses da estação das chuvas, que em Moçambique decorre de outubro a março.
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