Este jardim de homenagem aos soldados portugueses mortos em França no início do século XX integra o novo bosque de Richebourg, dedicando assim um espaço às centenas de combatentes portugueses mortos em terras gaulesas, evocando especialmente a Batalha de La Lys, uma das mais mortíferas para os batalhões portugueses, onde, após 20 dias de confrontos, os alemães saíram derrotados.
Para homenagear o sacrifício das tropas lusas, o ateliê português KWY.studio & Baldios apresentou o projeto “Mesa”, que consiste num banco circular em mármore azul, proveniente de Portugal, no centro do jardim onde várias pessoas se podem reunir, num convite à reflexão sobre os confrontos de há um século.
“A Mesa é uma construção circular e convida os visitantes a refletir, a partilhar e a meditar sobre a paz. […] Para nós foi um ótimo projeto, estamos muito contentes de ter trabalhado nele e foi uma grande oportunidade”, disse o arquiteto Max Théréné, que participou na elaboração do projeto, em declarações à agência Lusa.
Esta instalação é envolvida por 12 carvalhos e situa-se junto a um ecossistema de água com juncos e nenúfares. Segundo a associação Art & Jardins, que leva a cabo vários projetos nesta região de França e que está à frente desta iniciativa, este é um “local de memória, onde os encontros devem fazer pensar a quem nos precedeu, às lembranças e à partilha”.
O jardim vai ser inaugurado pelo embaixador de Portugal em França, Jorge Torres Pereira, pelo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas português, almirante António Silva Ribeiro, e pelo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas francesas, general Thierry Burkhard, contando ainda com a presença de outras altas patentes militares dos dois países.
A jornada deste sábado será consagrada à memória dos soldados portugueses no 104.º aniversário da Batalha de La Lys, estando prevista ainda uma homenagem no cemitério de Richebourg, com a atribuição de condecorações e deposição de coroas de flores.
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