As garantias de Raissi foram transmitidas numa conversa telefónica com o homólogo francês, em que, segundo o portal da Presidência francesa, Emmanuel Macron apelou ao Irão para pôr fim “rapidamente” às violações iranianas ao acordo assinado em 2015.
Segundo Raissi, as negociações com as potências mundiais sobre o relançamento do acordo de 2015, que deveria regular a energia nuclear iraniana, têm de garantir os “direitos” de Teerão.
“Em qualquer negociação, os direitos do povo iraniano devem ser preservados e os interesses de nossa nação garantidos”, disse Raissi a Macron, citado no portal da presidência o Irão.
Por seu lado, Macron, segundo a Presidência francesa, apelou ao Irão para “pôr termo, rapidamente, a todas as atividades nucleares que continua a realizar, violando o acordo de 2015 sobre o nuclear, e para retornar “rapidamente às negociações de Viena”.
O Presidente francês insistiu no compromisso de Paris em encontrar uma solução e manifestou disponibilidade para se envolver “ainda mais” nas negociações.
O novo Presidente iraniano, acusado recentemente de ter feito um recente ataque a um petroleiro ao largo de Omã, realçou que o país leva a questão “muito a sério”.
“A República Islâmica leva muito a sério quando se trata de garantir a segurança e a manutenção [da sua capacidade] de dissuasão na região do Golfo Pérsico e no Mar da Arábia. [O Irão] fará frente aos que puserem a segurança da região em causa”, sublinhou.
Na semana passada, o ataque ao petroleiro ‘Mercer Street’ ao largo da costa de Omã, que os Estados Unidos, Israel e o Reino Unido afirmam ser da responsabilidade do Irão, provocou a morte a um cidadão romeno e a outro britânico.
O Irão nega as acusações.
Apesar do ataque, os Estados Unidos já manifestaram a disponibilidade de continuar com as negociações para se voltar ao acordo assinado em 2015, em Viena, do qual a anterior administração norte-americana, liderada por Donald Trump, se retirou em 2018.
A conversa telefónica entre os dois presidentes inclui temas como a situação no Médio Oriente, região em que a França quer também garantir a segurança marítima e a liberdade de navegação.
O Palácio do Eliseu assinalou ainda que Macron defendeu a necessidade de se preservar a estabilidade na região, pelo que as questões do Iraque e do Líbano também foram abordadas.
“O Presidente da República [francês] manifestou o desejo de reforçar os laços entre os dois países para melhor responder aos atuais desafios globais”, lê-se no comunicado do Eliseu.
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