Este novo mecanismo de financiamento deve permitir aos 92 países membros do sistema Covax — uma parceria entre a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Aliança da Vacinação (GAVI) e a Coligação para as Inovações em Matéria de Preparação para Epidemias (CEPI) destinada a garantir um acesso mais equitativo às vacinas contra a covid-19 -, os mais pobres, comprar doses suplementares, além do contingente já totalmente financiado pelos países doadores, sublinha o comunicado.
“O acesso às vacinas é o maior desafio que se coloca aos países em desenvolvimento, para protegerem a sua população do impacto da pandemia de covid-19 do ponto de vista sanitário, social e económico”, declarou o presidente do Banco Mundial, David Malpass.
Por enquanto, a desigualdade de vacinação entre países ricos e países pobres é a regra.
Até hoje, os 29 países mais pobres só puderam administrar 1,5 doses por 100 habitantes, ao passo que os países ricos administraram 95,4 doses por 100 habitantes, segundo dados da agência noticiosa francesa AFP.
Os países desfavorecidos que já têm planos de vacinação aprovados pelo Banco Mundial poderão confirmar o seu desejo de comprar essas doses suplementares junto do Covax, o tipo de vacina e o calendário de entrega.
Uma vez informado por um determinado país do seu plano, o Banco Mundial poderá fornecer ao Covax uma garantia de pagamento e, com a caução do Banco Mundial, “o Covax pode negociar grandes volumes de vacinas anti-covid com os fabricantes a preços competitivos”, refere o comunicado.
Este mecanismo vai permitir aos 92 países mais desfavorecidos que participam no sistema Covax obter mais 430 milhões de doses, ou seja, o suficiente para vacinar 250 milhões de pessoas entre o fim de 2021 e meados de 2022. Poderão também escolher a vacina que preferem, precisa o comunicado.
O sistema Covax só conseguiu até agora fornecer pouco mais de 135 milhões de doses a 136 países, bastante longe dos seus objetivos iniciais, em parte porque os países ricos se apoderaram das doses de vacinas disponíveis, mas também porque a Índia — que deveria fornecer a maioria das doses — proibiu as exportações há vários meses para combater a pandemia no país.
ANC // EL