A confirmação foi feita através de uma carta divulgada na Internet e dirigida à Cruz Vermelha Internacional, organismo a quem pedem para “estabelecer os protocolos e mecanismos necessários para que sejam entregues” ao Governo venezuelano.
O documento começa por explicar que “em múltiplas ocasiões, ao longo do conflito armado, social, económico e político” as FARC têm “apelado à intermediação e bons ofícios humanitários” da Cruz Vermelha Internacional, “no âmbito dos protocolos internacionais”.
“Em esta ocasião e é do seu conhecimento, desde 21 de março deste ano, se desdobraram ações militares ofensivas contra nós, que se têm escalonado na região do Estado bolivariano de Apure (Venezuela)”, sublinham.
Segundo a carta, “nessas ações, no dia 23 de abril desembarcaram forças especiais da FANB [Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela], no qual foram capturados como prisioneiros de guerra” os oficiais “Jhan Carlo Bemóns, Jonny Jaguay, F. Álvaro Junior Florez, José António Ramos, Estiben José Aular, Luís Coba, Paul Hernández e José Torres”.
“Apelamos aos vossos bons ofícios para que estabeleçam os protocolos e mecanismos necessários para que sejam entregues à comissão que designada em coordenação com a Organização das Nações Unidas, Missão de Apoio ao Processo de Paz na Colômbia e à Organização de Estados Americanos”, explica o documento do “Estado Maior Décima Frente Martín Vila” das FARC.
Em 28 de abril último as FANB reforçaram as operações no estado de Apure, no sudoeste do país, na fronteira com a Colômbia, para expulsar grupos paramilitares que invadem território venezuelano.
O anúncio foi feito pelo chefe do Comando Estratégico Operacional das FANB, Remígio Ceballos, depois de as autoridades venezuelanas confirmarem, que vários militares morreram em combate com grupos irregulares colombianos, naquela localidade venezuelana.
A partir de Apure, o exército está a desenvolver “operações para combater e expulsar os grupos irregulares, narcotraficantes e terroristas colombianos (…) e continuaremos a lutar até expulsar todos”, afirmou Ceballos, na conta da rede social Twitter.
O responsável acrescentou que “a segurança da nação é responsabilidade do Estado e a sua defesa de todos os venezuelanos”.
Em 27 de abril, as autoridades venezuelanas confirmaram que vários oficiais das FANB morreram em combate com grupos irregulares no estado de Apure.
“As FANB informam que nas últimas 72 horas decorreram violentos combates com grupos armados irregulares colombianos, em setores desabitados a oeste de La Victória, município Páez do estado de Apure, como parte da operação Escudo Bolivariano 2021, que começou em 21 de março”, indicou, em comunicado, o ministro da Defesa venezuelano.nesses
Vladimir Padrino López disse que nesses confrontos foi infligido “um número significativo de vítimas” aos grupos mencionados, “conseguindo a destruição de instalações provisórias que pretendiam utilizar para atividades criminosas”.
O ministro indicou terem sido “capturados vários indivíduos que relataram informações valiosas para ações futuras”.
Sem precisar o número de baixas, López referiu que alguns militares morreram, estando a decorrer as autópsias para identificar os corpos, enquanto “outros ficaram feridos”.
Vladimir Padrino López salientou que “por ordens precisas” do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, as operações militares vão continuar e ser intensificadas para “neutralizar qualquer reduto desses criminosos (…) até à sua expulsão total e definitiva derrota”.
FPG // EL