As amostras de água da chuva recolhidas na região do Colorado, no interior dos EUA, e analisadas em laboratório, revelaram uma realidade preocupante: a quantidade de fibras de plástico presentes na água. Esta descoberta chocou Gregory Wetherbee, investigador do Serviço Geológico dos Estados Unidos, que estava a recolher as amostras para estudar a poluição por nitrogénio.
“Acho que a conclusão mais importante que podemos partilhar com o público americano é que há mais plástico por aí do que parece. (…) Está na chuva, está na neve. É agora parte do nosso meio ambiente” afirma Wetherbee, citado pelo jornal The Guardian.
Esta descoberta está relatada e explicada num pequeno estudo, publicado em maio deste ano no site do Serviço Geológico dos Estados Unidos. E não é o primeiro estudo que indica a presença de microplásticos no ciclo da água.
As partículas de plástico podem viajar com o vento ao longo de milhares de quilómetros, alastrando assim os efeitos da poluição a vários ecossistemas.
Segundo Sherri Mason, investigador de microplásticos e coordenador de sustentabilidade da Penn State Behrend, o que mais contribui para este fenómeno é o lixo, Mais de 90% dos resíduos plásticos não são reciclados e, à medida que se degradam, dividem-se em pedaços cada vez menores e misturam-se no meio ambiente.
A presença de plástico nos recursos naturais é, segundo os cientistas, um alerta de perigo para todos os seres vivos, que se alimentam destes recursos e não se apercebem da quantidade e qualidade dos químicos que estão a consumir. É difícil prever os efeitos deste fenómeno (ou até medir o seu impacto, porque as partículas são praticamente invisíveis), restando ao ser humano o esforço para reduzir e reciclar os materiais produzidos em plástico.