Há estudos para tudo, já se sabe. E os americanos são pródigos nisso. Mas por esta, ninguém esperava, o que só vem provar que o povo ainda não mastigou o facto de Donald Trump ser o número um naquele país. Se não, como justificar que professores universitários se tenham dedicado a investigar a relação entre morte prematura e as eleições presidenciais?
A dita investigação sugere que a perspetiva de uma morte prematura e as preocupações com a saúde podem ter motivado os votos no candidato republicano, em 2016.
O método levou à comparação entre a taxa de mortalidade e os padrões eleitorais. Daí concluírem que os locais onde havia tendência para as pessoas morrerem mais cedo, eram também aqueles onde os votantes se converteram mais facilmente à ideologia Trump. Ainda descobriram que as regiões onde os republicanos obtiveram melhores resultados coincidiam com os locais de maior consumo de drogas e álcool e onde havia mais suicídios.
“Já é comum argumentar-se que o Presidente Trump ganhou, recebendo mais votos de pessoas que foram, de algum modo, deixadas para trás – especialmente as mais velhas, as menos educadas e as menos urbanas”, nota Lee Goldman, o investigador que liderou a investigação da Universidade de Columbia, que foi publicado no Journal of General Internal Medicine. “Agora, baseados no nosso estudo, pode acrescentar-se que as mudanças na esperança de vida influenciaram as escolhas eleitorais. Perspetivas reduzidas de saúde são um importante marcador de insatisfação, desencorajamento, falta de esperança e medo, sentimentos que podem ter ressoado nos eleitores que estiveram ao lado do Presidente Trump”, conclui.