Um não tinha levado a bicicleta para o treino naquele dia. O outro teve ordens dos pais para ir fazer os trabalhos de casa. E, assim, dois rapazes de 13 anos não seguiram com o resto da equipa para um piquenique que acabaria, como se sabe, com todos presos numa gruta.
Há vários dias que é notícia nos meios de comunicação internacional o drama que estão a viver 12 crianças e um jovem treinador, depois de ficarem encurralados no complexo de Tham Luang Nang Non, na Tailândia.
O passeio desastroso, como tem sido amplamente noticiado, seguiu-se ao habitual treino da equipa. A ideia era fazer um piquenique e quase todos pegaram nas suas bicicletas e puseram-se a caminho. “Quase todos” porque dois ficaram para trás: Songpol Kanthawong e Thaweechai Nameng, ambos com 13 anos. O primeiro, nesse dia, não tinha levado bicicleta para o treino e, por isso, não podia acompanhar os outros; o segundo tinha ordens para ir diretamente para casa fazer os trabalhos da escola.
Conta o jornal britânico The Guardian que por volta das 9h00 da noite do dia 23 de junho, Songpol Kanthawong recebeu uma chamada do tio, que é também treinador da mesma equipa. “Sabes onde está o Ekk?” Ninguém sabia então do paradeiro do treinador de 25 anos, que está neste momento debaixo de terra, juntamente com os 12 rapazes. A resposta do jovem – “Foram à gruta” – desencadeou uma investigação frenética por parte de familiares, amigos e sócios do clube. Cerca de duas depois, chegava a notícias: As bicicletas continuavam à entrada da gruta.
O resto já se sabe: centenas de pessoas, entre voluntários e profissionais juntaram-se às buscas, que, nove dias depois, resultariam na descoberta do grupo.
Thaweechai Nameng, o outro rapaz que ficou de fora do passeio por causa dos trabalhos de casa, adiantou ao mesmo jornal que dentro da gruta, que ele próprio tinha visitado há pouco tempo, é impossível ouvir a chuva. “Quando começou a a chover e a água a avançar, já estariam demasiado dentro” da gruta, acredita.
Nameng, que também esteve no local onde os amigos agora se encontram, resume ainda: “É assustador e é escuro.”