Segundo o estudo de opinião, os partidos separatistas que suportavam o executivo regional exonerado teriam 65 deputados (42,5 %) num total de 135 deputados, três menos do que os necessários para governar.
A Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) seria o mais votado, com 26,4% das intenções de voto, o Partido Democrático Europeu Catalão (PDeCAT, direita) de Carles Puigdemont teria 9,8% e a Candidatura de Unidade Popular (CUP, extrema-esquerda) 6,3%.
Os partidos constitucionalistas (não independentistas) somariam 43,4%, sendo o mais votado o Cidadãos (centro) com 19,6%, seguido pelo Partido dos Socialistas da Catalunha (PSC, socialistas agregados ao PSOE) com 15,1 e o Partido Popular (PP, direita) com 8,7%.
O Catalunha Sim Se Pode (CSQP, extrema-esquerda, próxima do Podemos) obteria 11 % dos votos.
Atualmente, o partido de Carles Puidgemont, destituído da presidência da Catalunha pelo governo de Madrid na sexta-feira, é o que tem mais deputados no parlamento catalão.
A empresa responsável pelo estudo publicado no El Mundo realizou 1.000 entrevistas entre 23 e 26 de outubro, antes de o parlamento regional ter aprovado a declaração de independência e de o Governo central aplicar as medidas para repor a legalidade constitucional na Catalunha.
O parlamento regional aprovou na última sexta-feira a independência da região, numa votação sem a presença da oposição, que abandonou a assembleia regional e deixou bandeiras espanholas nos lugares que ocupavam.
Ao mesmo tempo, em Madrid, o Senado espanhol deu autorização ao Governo central para aplicar o artigo 155º. da Constituição para restituir a legalidade na região autónoma.
O executivo de Mariano Rajoy, do Partido Popular (direita), apoiado pelo maior partido da oposição, os socialistas do PSOE, anunciou ao fim do dia a dissolução do parlamento regional, a realização de eleições em 21 de dezembro próximo e a destituição de todo o Governo catalão, entre outras medidas.
Em resposta, no sábado, o presidente do governo regional destituído, Carles Puigdemont, disse não aceitar o seu afastamento e pediu aos catalães para fazerem uma “oposição democrática”, numa declaração oficial gravada previamente e transmitida em direto pelas televisões.