Jackie Fox, do estado do Alabama, morreu em 2015, aos 62 anos, com cancro nos ovários, depois de usar o pó de talco durante décadas. A família alegou na Justiça que a marca conhecia os riscos do produto mas não alertou os utilizadores.
Um tribunal do Missouri deu-lhe razão e condenou a Johnson & Johnson a pagar 72 milhões de dólares (mais de 65 milhões de euros). A empresa nega a acusação e já anunciou estar a ponderar um recurso.
“Somos solidários com a família da queixosa mas acreditamos firmemente que a segurança do pó de talco está comprovada por décadas de provas científicas”, afirmou um porta-voz.
As suspeitas sobre a segurança do uso do produto, no entanto, não são de agora, sobretudo em se tratando do seu uso nos órgãos genitais, por receio do aumento do risco de cancro ovariano.
A Agência Internacional de Investigação do Cancro limita-se classificar o pó de talco usado nos genitais como “possivelmente carcinogénico”.
Na sua forma natural, o talco contém amianto, mas desde os anos 70 que a substância não existe nos produtos cosméticos, incluindo os destinados ao uso em bebés. Mesmo assim, alguns estudos ligam o pó de talco sem amianto ao aumento do risco de cancro.