Mais de 200 mulheres e raparigas menores foram violadas em Darfur no espaço de três dias num ataque “generalizado, organizado e sistemático” pelas forças governamentais sudanesas, segundo conta um relatório do Observatório dos Direitos Humanos, publicado no dia de hoje.
“Eles fizeram-no a uma de cada vez. Um ajudava a espancar o outro violava. Depois passavam para a próxima rapariga,” conta a sobrevivente Khatera no relatório de 48 páginas detalhando as atrocidades vividas na pequena cidade de Tabit na região de Darfur.
Khatera e as suas três filhas estavam entre as 221 mulheres violadas pelos soldados das Forças Armadas sudanesas. Duas das suas três filhas tinham menos de 11 anos quando ocorreu o ataque.
Jonathan Loeb, autor do relatório do Observatório dos Direitos Humanos, contou ao The Independent que os “membros do exército sudanês realizaram ataques e cometeram uma série de abusos incluindo espancamentos, intimidações e violações selváticas.” A maioria das mulheres atacadas foram espancadas e violadas várias vezes, na maior parte das vezes em frente à família e amigos.
“Nós queremos que as pessoas saibam o que estamos a sofrer. Nós não queremos sofrer mais,” contou uma sobrevivente ao Observatório dos Direitos Humanos.