Rovaniemi, na Finlândia é uma cidade de extremos. Se no inverno chega a viver numa noite permanente, no verão é sempre dia, o que coloca um problema para os muçulmanos que querem observar o Ramadão. É o caso de Shah Jalar Miah Masud, de 28 anos, que saiu do Bangladesh há cinco anos para estudar na Finlândia. Quando a BBC o entrevistou, não comia nem bebia há 21 horas.
“Não anoitece. Parece sempre igual, o sol está sempre no horizonte e é bastante difícil perceber que horas são”, conta, sorridente. São 11h da noite e o sol acaba de descer um pouco, para se erguer novamente dentro de cinco horas.
Apesar da boa disposição, Masud reconhece que é difícil cumprir o Ramadão seguindo o tempo finlandês e admite que se sente cansado. Ainda assim, sublinha o “prazer” de observar o mês sagrado muçulmano nos longos dias na Finlândia.
Mas Masud tinha opções: ou cumprir o jejum de acordo com o horário dos países mais próximos ou guiar-se pelas horas de Meca ou Medina, duas possibilidades previstas para casos em que a luz do dia existe por mais de 18 horas.
Nafisa Yeasmin, investigadora, está na Finlândia há seis anos e recorda que o primeiro Ramadão no país não foi fácil: Chegou a jejuar durante 20 horas por dia. Desde então, segue o horário de de Meca.