É considerada a mais elementar das partículas atómicas constitutivas do universo. Há muito que o bosão de Higgs, também conhecido como a “partícula de Deus”, ocupa os físicos. Mas agora, os responsáveis do CERN (Centro Europeu de Investigação Nuclear), onde se encontra o maior acelerador de partículas do mundo, parecem estar mais perto que nunca de confirmar a teoria que abre caminho para a explicação da constituição de toda a matéria do universo.
Segundo a Associated Press, o anúncio da “descoberta” está planeado para amanhã, no CERN. E pomos aspas na “descoberta” precisamente porque é a palavra que os físicos vão tentar evitar.
“Percebo que qualquer observador razoável diria ‘parece uma descoberta'”, reconhece o físico John Ellis. “Descobrimos algo que é coerente com um Higgs”, acrescenta.
Um cientista norte-americano descodifica:”Os físicos têm padrões muito elevados para o que consideram ser uma descoberta”. E explica: o que será anunciado quarta-feira é comparável a encontrar a pegada fossilizada de um dinossauro: “Vemos as pegadas e a sombra do objeto, mas não o vemos propriamente.”
Os cientistas tem estado a criar colisões de protões com o objetivo de investigar a anti-matéria, a matéria escura e a criação do universo, para responder à pergunta: como se formaram as partículas subatómicas, como os eletrões, os protões e os neutrões? A resposta mais plausível surgiu nos anos 60 do século passado, pela voz do físico Peter Higgs, que teorizou sobre um campo de energia onde as partículas interagem com uma “partícula-chave”: o bosão de Higgs.
A expressão “partícula de Deus” foi usada pela primeira vez pelo físico laureado com um Nobel Leon Lederman.