“Amanhã vamos poder votar na Europa que queremos para os próximos cinco anos”, começou por dizer Marcelo Rebelo de Sousa, que discursou este sábado, a partir do Castelo de Leiria, para apelar ao voto nas eleições europeias de domingo, 9 de junho.
“Este voto é muito diferente do voto de 2019. Em 2019, não tínhamos vivido a pandemia, nem a crise económica e social que provocou. Em 2019, não tínhamos vivido a guerra na Europa que envolveu grandes potências do mundo, além da própria Europa. Nem mais outra crise, que ainda não acabou, como não acabou a guerra”, disse o Presidente da República.
“Em 2019, acreditava-se que tudo podia ser mais rápido, no crescimento contínuo das economias e na muito maior justiça social, corrigindo as desigualdades em que perdem as pessoas no seu dia-a-dia, e em que perdem sempre os pobres, dependentes e frágeis. Em 2024, vivemos e sabemos aquilo que não vivíamos nem sabíamos em 2019. Vivemos o que sabemos ser a situação mais grave na Europa, nos últimos 30 anos”, lembrou o chefe de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ainda que sendo as eleições de domingo sobre a Europa, “são também sobre Portugal, sobre nós próprios, a nossa democracia, as nossas condições de vida, a nossa circulação, as nossas comunidades na Europa”. “Agora o que está em causa é uma guerra, os seus efeitos e a urgência de garantir o mais rapidamente possível que seja ultrapassado o que vivemos. Agora já não podemos fazer de conta de que não há guerra, que nos é indiferente, que dure pouco ou muito, ou o modo como acaba, ou que não nos toca a todos nos preços, nos salários, nos empregos, na incerteza, sobretudo no nosso futuro“.
Para o Presidente, “não votar é metermos a cabeça na areia, é perder por falta de comparência, em vez de dizermos o que queremos, de darmos mais força aos nossos representantes na Europa, de darmos mais força à Europa no mundo”.
“Já votaram antecipadamente mais de 225 mil portugueses. É possível votar amanhã em mobilidade. Isto é, onde quer que nos encontremos e haja uma secção de voto. Portugueses, vale a pena, desta vez, ainda mais que nunca, mostrar que o voto é uma arma, uma arma de liberdade, uma arma de democracia, uma arma de paz. Uma arma que não existia até 1974. Desperdiça-la é desperdiçar uma oportunidade ainda mais única de construir o nosso futuro. Usá-la neste momento, nos 50 anos do 25 de abril, e ,sobretudo, num momento critico para a Europa, para Portugal e para todos nos é mais importante, é mais necessário, é mais urgente que nunca, usá-la e ir amanhã votar é sermos também nos a decidir esse futuro”, concluiu.