Boas notícias económicas durante a mais agressiva subida de juros que já vivemos; desemprego a aumentar ao mesmo tempo que o emprego; turismo a bater recordes, enquanto as famílias perdem poder de compra; inflação a arrefecer, mas muito elevada na alimentação; maior pessimismo do que indiciam os dados económicos; uma crise com contas públicas controladas; bolsas em máximos, apesar da degradação das condições financeiras; e previsões cada vez menos fiáveis. Os desenvolvimentos económicos dos últimos meses parecem cheios de contradições. Que nevoeiro é este que rodeia a economia?
Há um ano, já depois da invasão da Ucrânia, a Comissão Europeia achava que Portugal ia crescer 2,7% em 2023. Não era um valor altíssimo, mas ficava acima da média europeia. Nos meses seguintes, os técnicos europeus foram ficando cada vez mais pessimistas, deixando os portugueses a contemplar uma estagnação. Em novembro, Bruxelas previa que o PIB nacional cresceria apenas 0,7%. Agora, nas estimativas divulgadas há duas semanas, aponta para um salto de 2,4%. Um dos maiores da UE.
