O défice orçamental atingiu 1,9% do PIB no primeiro semestre do ano, um valor que é inferior face aos 3,1% registados em igual período de 2016, segundo as estatísticas do INE. Contudo, o impacto da capitalização da Caixa Geral de Depósitos, no valor de 3,9 mil milhões de euros ainda não está incluída nestes cálculos sobre o saldo orçamental, uma vez que o INE “continua envolvido num processo de diálogo e de troca de informações com a Comissão Europeia (Eurostat) sobre o seu registo em contas nacionais”.
As discussões entre Bruxelas e Lisboa vão continuar, “tendo em consideração a complexidade desta operação”, refere a nota do INE. Caso a operação venha mesmo a ser contabilizada no défice orçamental, o valor no final do ano deverá superar os 3% do PIB, muito para além da meta do Governo para o final deste ano, que é de 1,5% do PIB.
O INE efetuou também uma revisão em baixa do défice em 2016, de 2% para 1,98% do PIB.
Em comunicado, o Ministério das Finanças refere que, sem efeitos temporários – como o pagamento de duodécimos do subsídio de Natal pelo Estado e antecipação dos reembolsos do IRS -, o valor do défice teria sido de 1,33% do PIB. “O objetivo orçamental do corrente ano será assim alcançado”, acrescenta, sem fazer referência ao impacto potencial da operação da CGD.