Ao fim de uma década de competição ao mais alto nível, Fernando Pimenta conseguiu ganhar, finalmente, uma medalha olímpica na sua prova de eleição, o K1 1000 metros. É verdade que desejava a de ouro e teve de contentar-se, após uma ponta final intensa, com a de bronze, mas o canoísta que foi medalha de prata ao lado de Emanuel Silva, no K2 1000 metros em Londres 2012, entrou hoje para a história como um dos cinco atletas portugueses com mais subidas ao podium em Jogos Olímpicos, juntando o seu nome aos de Carlos Lopes (prata em Montreal 76 e ouro em Los Angeles 84), Rosa Mota (bronze em Los Angeles 84 e ouro em Seul 88), Fernanda Ribeiro (ouro em Atlanta 96 e bronze em Sydney 2000) e ao do cavaleiro Luís Mena e Silva (bronze em Berlim 36 e Londres 48).
Fernando Pimenta entrou na final com a clara intenção de lutar pela medalha de ouro, depois de ter estabelecido a melhor marca olímpica de sempre naquela distância nas meias-finais, disputadas poucas horas antes. Após uma falsa partida, o canoísta português arrancou forte e liderou a prova à passagem dos 250 metros, embora com poucos centésimos de segundo à frente do húngaro Balint Kopasz, que pouco depois o ultrapassou para nunca mais largar a dianteira. Nos últimos metros, Pimenta foi ultrapassado pelo outro húngaro em prova, Adam Varga, e segurou a medalha de bronze por apenas 76 centésimos de segundo face ao alemão Jacob Schopf, que ficou em quarto lugar e fora do podium.
Esta é a 27ª medalha de Portugal em mais de cem anos de participações em Jogos Olímpicos e a segunda conseguida pela canoagem. É também a terceira medalha portuguesa em Tóquio 2020, depois da prata de Patrícia Mamona e o bronze de Jorge Fonseca. Ainda com a competição a decorrer, a missão portuguesa no Japão já igualou os recordes de três medalhas obtidos em Los Angeles 84 (Carlos Lopes, Rosa Mota e António Leitão) e em Atenas 2004 (Sérgio Paulinho, Francis Obikwelu e Rui Silva).
No medalheiro oficial, em que se contam as medalhas pela sua ordem de importância (uma de ouro coloca um país à frente de outro que tenha várias de prata ou de bronze), Portugal ocupa agora a 61º posição, com o mesmo registo da Mongólia, num total de 82 países com atletas medalhados.