José Mourinho pode tornar-se esta quarta-feira, em Budapeste, o primeiro treinador da história do futebol a conquistar seis competições europeias a eliminar. A final da edição deste ano da Liga Europa opõe a sua Roma ao Sevilha, recordista de títulos nesta prova da UEFA, na Puskas Arena, na capital da Hungria, a partir das 20 horas (transmissão na SIC e na SportTV 1), com arbitragem do inglês Anthony Taylor.
Na Europa, o treinador português tem cumprido sem mácula a sua velha máxima segundo a qual “as finais não se jogam, ganham-se”. Em cinco tentativas, cinco troféus, o primeiro alcançado precisamente na cidade espanhola do clube que enfrenta esta noite, há 20 anos, ao serviço do FC Porto, com um triunfo por 3-2 sobre o Celtic de Glasgow, nesta mesma Liga Europa (embora ainda com a anterior designação de Taça UEFA).
Seguiram-se duas Ligas dos Campeões: logo no ano posterior, em 2004, com o FC Porto a bater o Mónaco (3-0) na final, e mais tarde, em 2010, pelo Inter de Milão, selada através de uma vitória sobre o Bayern Munique (2-0). Em 2017, já no Manchester United, Mourinho voltaria a levantar a taça da Liga Europa, após superar o Ajax (2-0), e, no ano passado, conduziu a Roma ao título na edição de estreia da Liga Conferência (1-0 ao Feyenoord).
Até hoje, apenas o italiano Giovanni Trapattoni conseguiu a mesma proeza de vencer cinco competições da UEFA a eliminar, no caso uma Liga dos Campeões (Juventus, 1985), ainda no formato Taça dos Campeões Europeus), uma Taça das Taças (Juventus, 1984), já extinta, e por três vezes a Liga Europa (Juventus, 1977 e 1993; Inter de Milão, 1991) , ainda sob o nome anterior de Taça UEFA.
Aos 60 anos, Mourinho pode descolar de Trapattoni apenas um ano depois de o ter igualado e tornar-se, assim, um caso único na história do desporto-rei. O desafio passa por prolongar o pleno de vitórias em finais europeias, desta vez frente a um rival que detém o recorde de títulos na Liga Europa (seis, todos de 2006 para cá).
Considerando a Supertaça Europeia, a outra competição da UEFA mas disputada a um só jogo (entre o vencedor da Liga dos Campeões e o vencedor da Liga Europa), Mourinho deixa de estar no topo dos treinadores mais bem-sucedidos da sempre, mas não fica longe. Perde apenas para o italiano Carlo Ancelotti, que conta no currículo com quatro Supertaças e outras tantas Liga dos Campeões, e para o escocês Alex Fergunson, que junta duas Supertaças a duas Ligas dos Campeões e duas Taças das Taças, num total de seis troféus. Ou seja, hoje pode ser também o dia para Mourinho igualar nestas contas o seu velho amigo e rival dos relvados britânicos.