No seu último livro publicado, Número Zero (2015), Umberto Eco lançava um olhar irónico sobre o poder e papel dos media, criando um jornal ao serviço do poder político em perpétua preparação de uma edição zero. E foi a um jornal italiano, o diário La Repubblica, que a família comunicou o seu falecimento cujas causas são ainda desconhecidas.
O filósofo, tradutor, ensaística, académico, cronista e escritor italiano, com um amor pela literatura e filosofia medievais, ganhou notoriedade com a publicação do seu primeiro romance, O Nome da Rosa (1988), que seria objeto de uma adaptação cinematográfica, protagonizada por Sean Connery.
Nascido em Alessandria, na região italiana de Piemonte, a 5 de janeiro de 1932, Eco estudou filosofia na Universidade de Turim, e posteriormente lecionou semiótica.
Atual diretor da Escola Superior de Ciências Humanas na Universidade de Bolonha, deixou vasta obra ensaística, literária e de investigação histórica, em que estão incluídas obras com grande reconhecimento público como a colectânea de ensaios Obra Aberta, o volume Apocalípticos e Integrados, ou ainda os vários romances aclamados por público e crítica, nomeadamente O Pêndulo de Foucault (1988), Baudolino (2000), A Misteriosa Chama da Rainha Loana (2004) e O Cemitério de Praga (2011). Mas uma das suas citações mais famosas era esta: “O mundo está cheio de livros fantásticos que ninguem lê.”