Faltavam poucos minutos para as 10 da noite de 24 de abril de 1974 quando Otelo Saraiva de Carvalho, um major de 37 anos, chegou ao quartel do Regimento de Engenharia 1, na Pontinha. Ali iria funcionar o Posto de Comando da operação que nessa noite deveria acabar com o regime. Não fosse o seu temperamento impetuoso e teria todas as razões para ir apreensivo. Nunca tinha, obviamente, comandado uma missão com a dimensão da que ia seguir-se. E, se é verdade que o plano de operações saira da sua mão, dificimente poderia considerar-se um plano muito amadurecido: só o ultimara há dez dias.
Entrou à civil. Vinha direto do Jornal do Comércio, no Camões, onde procurara o capitão António Ramos, ajudante de campo de Spínola, a quem fizera chegar um recado:«A operação vai começar agora.