Caetano Espírito Santo Beirão da Veiga e Carlos Beirão da Veiga são irmãos e herdeiros de um dos cinco ramos da família Espírito Santo. Carlos era administrador da Herdade da Comporta, Caetano criou uma empresa para ajudar os liquidatários a recuperar algum dinheiro com a venda dos bens do GES, depois de todas as empresas do grupo terem entrado em insolvência.
No meio desse processo, ambos passaram a estar sob vigilância cerrada do Ministério Público. Caetano Beirão da Veiga começou a ser escutado em dezembro de 2016, Carlos Beirão da Veiga passou a ser ouvido pela Polícia Judiciária um mês depois, em janeiro de 2017. Todas as suas conversas foram ouvidas até ao Outono desse ano.
O conteúdo de dezenas de chamadas telefónicas sobre a venda de bens como a Herdade da Comporta, a Herdade da Popa ou terrenos em Angola está agora reunido num processo que corre na 9ª secção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa. Do processo constam também centenas de documentos aoanhados em buscas judiciais à sede da empresa de Caetano Beirão da Veiga – a Back in Line – e aos escritórios da Herdade da Comporta.
O Ministério Público entende que os indícios recolhidos são “graves” e abriu um inquérito para investigar suspeitas de crimes como participação económica em negócio e branqueamento de capitais. De acordo com documentos a que a VISÃO teve acesso, a investigação suspeita que ambos terão utilizado o processo de liquidação do património das empresas falidas do Grupo Espírito Santo “para benefício próprio”, para favorecer investidores que lhes eram próximos (em troca de futuras compensações) e para esquemas de lavagem de dinheiro.
Caetano e Carlos Beirão da Veiga ainda não foram ouvidos no processo. Em respostas à VISÃO, negam ter agido em interesse próprio ou para beneficiar alguém. Mas, para o Ministério Público, as escutas ouvidas naquela época – e que poderá conhecer em detalhe na edição semanal da VISÃO – contam outra história.
Saiba mais na edição da VISÃO que se encontra nas bancas.