“É uma medida há muito desejada pelos profissionais de saúde e esperamos que chegue o mais rápido a todos os locais”, nota Ana Rita Cavaco, bastonária da Ordem dos Enfermeiros. “Havia a questão da disponibilidade das máscaras, mas agora já é possível sermos mais flexíveis na sua utilização”, sublinha ainda Ricardo Mexia, da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública.
Em questão está a recente norma da Direção Geral da Saúde, publicada este domingo, 29, que pretendia definir a adequada utilização do equipamento de proteção individual (EPI) pelos profissionais de saúde. Mas a principal novidade é que, a partir de agora, e tendo em conta a fase de transmissão comunitária em que nos encontramos, se estabelecer que “deve ser fornecida máscara cirúrgica a todos os doentes, com ou sem sintomas respiratórios ou febre, no momento da entrada na unidade de saúde”.
A norma, que entrou imediatamente em vigor, começa por lembrar que só a utilização adequada do EPI pode garantir simultaneamente a proteção e total segurança do profissional de saúde e a sustentabilidade do acesso aos equipamentos.
“O uso indevido [do EPI] é determinante de ausência de sustentabilidade da provisão destes recursos e de potencial rotura de abastecimento, podendo colocar em risco a saúde dos profissionais que dele precisam”, lê-se.
A estratégia global de gestão, acesso e utilização de EPI assenta, por isso, em três eixos fundamentais: minimização da necessidade do EPI; uso adequado de EPI; e otimização de acesso a EPI2.
Quanto aos doentes, estabelece-se que devem ser eles próprios a colocar imediatamente a máscara, se a sua situação clínica o permitir, tendo previamente realizado a higiene das mãos. “Se for uma criança, deve ser oferecida uma máscara cirúrgica à mãe, pai ou outro acompanhante, que, logo de seguida, deve ajudar a criança a colocar a máscara”, especifica-se.
Por fim, lembra-se que a remoção/eliminação adequada da máscara e as medidas combinadas (higiene adequada das mãos, etiqueta respiratória e limpeza e desinfeção das áreas de toque manual frequente) aumentam a eficácia das medidas individuais.
Na sexta-feira, 27, chegou a Lisboa, proveniente de Xangai, na China, um avião da Hi Fly com 24 toneladas de máscaras, fatos de proteção e luvas. Seguiram para um armazém de mercadorias na Azambuja, para serem distribuídos por todo o País. A operação de compra e transporte implicou um esforço conjunto de doadores, Governo e corpo diplomático.