O tempo verbal já é pretérito: “Foi um belo movimento”, comentam os apoiantes do ex-reitor da Universidade de Lisboa. Mas não chegou para ir às segunda volta. Por pouco – Nóvoa precisava de 23% e conseguiu 22,5% – é certo. Daí a sensação de frustração na sala.
Esse intervalo entre o pouco e o nada faz toda a diferença. António Nóvoa deu o tudo por tudo nos últimos dias de campanha. E correu-lhe bem: esteve sempre a crescer. Não o suficiente, porém. Quem acompanhou Nóvoa acredita que mais tempo teria significado um crescimento que sustentaria a passagem ao despique com Marcelo Rebelo de Sousa.
“Um tempo Extraordinário da minha vida”, que não trocaria por nada. É assim que Sampaio da Nóvoa começa por assumir a sua derrota.
Apesar de ter conquistado cerca de um milhão de votos, Sampaio da Nóvoa garante que fica por aqui. Porque: “Não queria nada para mim, mas estava disposto a dar tudo pelo meu país. Pela primeira vez na nossa história, um cidadão independente esteve perto de disputar a segunda volta”, disse o candidato à presidência.
Embora o resultado tenha sido renhido, como o próprio Nóvoa admitiu nesta noite eleitoral “ganha-se a perde-se por um voto”.
Depois de cumprimentar Marcelo Rebelo de Sousa, Nóvoa fez questão de agradecer a todos os que contribuíram para a sua campanha e admitiu (apesar do protesto da audiência) que: “Faltou pouco e o pouco é da minha inteira responsabilidade. De mais ninguém”.
Sampaio da Nóvoa acredita que esta “mobilização absolutamente impressionante não se apaga da nossa democracia”. Mas nem isso, voltou a repetir, o levará a novos projetos políticos: “O meu Meu único objetivo era disputar estas eleições. Peço a todos que mantenham a vossa participação cívica. Mas o caminho que fizemos em conjunto termina aqui”.
E a estas palavras os apoiantes gritaram: “Obrigado”.
Em 2011, Cavaco Silva, com décadas de carreira política, ganhou o segundo mandato presidencial com pouco mais de 2.2 milhões votos. Sampaio da Nóvoa ultrapassou o milhão. Mas retira-se da política.