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1. Ainda que me custe, não tenho outro remédio senão em concordar com o presidente do grupo Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos quando diz que “o Primeiro-ministro não tem condições psicológicas para governar o país, para se dirigir à nação ou até mesmo para exercer a chefia de um conselho de ministros”. Eu acrescentaria: quanto mais o actual PM se “alapa” ao poder, mais instável vai continuar o nosso mercado financeiro, logo, mais desconfiados vão permanecer os nossos credores.
Depois dos mais recentes episódios fraudulentos de empresas públicas/privadas para com o próprio Estado – o mesmo é dizer para connosco – ninguém pode deixar de ficar indiferente, angustiado, revoltado para com aqueles que nos (des)governam. Este é o tempo em que qualquer um pode chamar de mentiroso a um titular de um alto cargo de Estado, sem que nada lhe possa acontecer.
Nem um processo, nem uma carta formal de desculpa, nem sequer um protesto. Quem já se esqueceu do “speaker” do workshop sobre energias renováveis, que teve o desplante, diante de um público concentrado de individualidades estupefactas, chamar ao palco o já descredibilizado, Eng.º José “Trocas-te”. Vergonha nacional. Por momentos pensei que fosse algum episódio especial do “Contra-Informação” da RTP 1.
Hoje não só é possível desconfiar, como chamar de mentiroso alguém que outrora nos podia muito bem remeter para a prisão sem pestanejar. Hoje não. Hoje, ou eles mentem-nos descaradamente na cara e não deviam ocupar o lugar que lhes fora “ingenuamente” confiado, ou, não mentiram e, como tal quem denegriu o nome de alguns visados na praça pública (Sócrates, Vara, Pedro Soares, pai e filho Penedos, Jardim Gonçalves, Soares Carneiro, Henrique Granadeiro, Juan Luís Cebrian, Manuel Polanco, Mário Lino, Manuel Pedro, Charles Smith, Capinha Lopes, o primo de Sócrates, José Inocêncio e podíamos continuar com uma lista de duas folhas A4, frente e verso) deve prestar contas à Justiça. Alguns já estão a prestar, nos casos, BPN e Face Oculta, mas para não variar quem está a ser incriminado é apenas a “raia miúda”. Não gostariam de ver os “mandatários” sentados no banco dos réus?
Há décadas atrás este tipo de conflitos resolvia-se a punhos, no século XX era com prisão e hoje é com assobios para o ar e um par de comprimidos para dormir a noite toda sem ter que acordar com o miar do gato da vizinha.
Ora o sentido de responsabilidade, assim como o sentimento de culpa, desvaneceu-se. A classe política que deveria dar o exemplo, já não o é mais para ninguém, há um bom par de anos. Actualmente, existem dois tipos de políticos: os da Perfumes&Companhia e os da Yodeima. O primeiro é original por fora e por dentro. O segundo promete no rótulo, mas desilude (desaparece) com o passar do tempo.
De há dois/três anos para cá, deixei literalmente de atentar nos discursos politizados de algumas personagens partidárias, de ver o canal parlamento e de mudar para os desenhos animados, quando existe tempo de antena para algum partido/figura se dirigir ao país. Parto do princípio de que me estão todos a “enrodilhar”. Vejam o que não está ser o folhetim Orçamental. Uma telenovela partidária gravada com cenas repetidas umas em cima das outras, sem ensaio prévio.
A administração deste país já foi constituída por gente mais competente. A partir do momento em que PS e PSD resolveram colocar lá os seus “boys”, conseguiram arruinar todo um serviço público construído ao longo de anos, passando a haver uns “meninos mimados” que entram e saem consoante o partido que esteja no Governo.
2. Sempre tive Henrique Monteiro (ex-director do Expresso) como pessoa de bem, séria, rigorosa, imparcial e acima de tudo, muito profissional. Como foi do conhecimento público, Henrique, também foi um dos muitos visados a comparecer numa comissão de ética no parlamento e, a uma das perguntas de um deputado do PS, sobre se o primeiro-ministro alguma vez o pressionou a não publicar alguma notícia menos favorável, este respondeu prontamente que “SIM”. José Sócrates, energicamente, num outro jornal nacional, desmentiu logo esse depoimento, dizendo que o então director do Expresso tinha MENTIDO. Henrique, num artigo de opinião – algo que já não me espanta em nada – diz que recebeu um telefonema na noite de 29 para 30 de Março de 2007, do PM, logo depois de um assessor deste ter falado com ele. Portanto, dois telefonemas intimidatórios. O primeiro, como Henrique expressa, foi cordial, José Almeida Ribeiro, foi uma pessoa extremamente gentil e correcta, onde expressou como é de entender, o ponto de vista acerca do seu chefe. Seguiu-se o de outro José, mas este visivelmente irritado, mal-educado e aos berros, ordenando-lhe que não publicasse a tal notícia. Obviamente, nem esperava outra coisa, a notícia foi publicada. Em causa estavam o código deontológico de um jornalista, a sua consciência como director e pelo sentido de dever de informação ao país. O primeiro-ministro não contente com a resposta de Henrique, telefonou a outro membro da direcção do jornal e continuava mal intencionado, revelando uma fala muito desagradável.
José Sócrates já não me desilude mais. E não me venham com conversa de taberna, de que a Comunicação Social, tudo tem feito para que este caia abaixo do pedestal, senão, terei que responder de outra maneira a pessoas que ainda não se mancaram acerca destes lamentáveis episódios, uns, atrás de outros. Acho de uma gravidade tal, que o chefe de Governo, não se aperceba que está num seio democrático. Deve ter escapado a Sócrates, que Henrique Monteiro quando respondeu ao deputado socialista em plena sede da democracia portuguesa, não se tenha, também apercebido, que este não estava a responder a perguntas num seio de amigos, numa conversa de esplanada ou nalgum debate televisivo. Talvez seja melhor tirar da AR a estátua da Justiça, pois esta nada representa para aqueles que a habitam.
Vamos ver se entendem de uma vez por todas, que nem Sócrates é o país, nem Sócrates é o PS. Já lá vão 17 Governos e 10 primeiros-ministros, e nunca tal vi um homem tão teimoso.