Se o leitor alguma vez se cruzou com um quadro com a Mona Lisa a fumar um cachimbo, saiba que se trata de uma obra saída do movimento artístico chamado Os Incoerentes (por vezes, chamado As Artes Incoerentes). Nascido em Paris, em 1882, tratou-se de uma corrente encabeçada pelo escritor e editor Jules Lévy, que pretendia abordar a arte de forma menos séria, com algum humor e até ridicularização, retirando-a dos habituais círculos intelectuais. Dizem alguns textos sobre o tema escritos recentemente que não está distante dos atuais memes das redes sociais. Nesse mesmo ano, Jules Lévy organizou no seu apartamento uma exposição feita por artistas que não sabiam desenhar, em peças que eram trocadilhos e sátiras à arte convencional. A exposição teve centenas de visitantes, foi repetida noutro local no ano seguinte, e durante cerca de uma década o movimento foi ganhando novos protagonistas, que trabalhavam sem obrigações temáticas ou técnicas, apenas com o objetivo de fazer rir.
Estaria lançada a escada para outros movimentos, como o dadaísmo ou o surrealismo? Acredita-se que sim. Uma década depois, sendo Lévy atacado por imprimir pouca novidade ao movimento e por o dirigir apenas para proveito económico pessoal, Os Incoerentes acabariam por morrer. Curiosidades finais: o Museu D’Orsay dedicou-lhe uma exposição em 1992 e, em 2018, foi encontrado num baú um conjunto de 17 obras deste movimento, entretanto classificadas como Tesouro Nacional em França.
Outros snacks para curiosos:
- Ideia fora da caixa: máscara de gelo para aliviar as ressacas;
- Como nasceu o livro do Guiness?